VATICANO, 22 Fev. 11 / 04:52 pm (ACI/EWTN Noticias)
Em sua mensagem para a Quaresma apresentada esta manhã no Vaticano, o Papa Bento XVI afirma que este tempo de purificação e conversão através do jejum, a esmola e a oração, deve renovar em todos os fiéis a graça recebida no Batismo.
Na mensagem titulada "Sepultados com Ele no batismo, foi também com Ele que ressuscitastes", o Papa se refere à íntima relação entre este sacramento, que apaga o pecado original e abre as portas à vida eterna, e o tempo de Quaresma.
"O fato que na maioria dos casos o Batismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém é merecedor da vida eterna pelas próprias forças", indica o Pontífice.
Este sacramento "não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do batizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo".
"Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva”. “De fato –prossegue o Papa- desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos".
"Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: realmente eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência".
O Papa passa recorda em seguida os Evangelhos dos domingos de Quaresma: a tentação de Cristo no deserto da qual sai vitorioso, a Transfiguração do Senhor que anuncia "a divinização do homem", o encontro com a samaritana que fala da sede de vida eterna do ser humano, o encontro com o cego de nascimento que descobre em Jesus a luz do mundo; até chegar à ressurreição do Lázaro.
"A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia", diz o Papa.
"Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança", acrescenta.
Com o Santo Tríduo Pascal, a Quaresma encontra seu cumprimento, "particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas batismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à ação da Graça para sermos seus discípulos".
Jejum, esmola e oração
"Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo", afirma o Papa.
Com o jejum, "aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo".
"No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha".
"A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida", prossegue o Pontífice e pergunta:
"Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projetos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro?"
Bento XVI adverte logo que "tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é um chamado à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia".
Sobre a oração, o Papa assinala que "permite-nos também adquirir uma nova concepção do tempo: de fato, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna".
“Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida".
Finalmente o Santo Padre encomenda este tempo de conversão "à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna".
Em sua mensagem para a Quaresma apresentada esta manhã no Vaticano, o Papa Bento XVI afirma que este tempo de purificação e conversão através do jejum, a esmola e a oração, deve renovar em todos os fiéis a graça recebida no Batismo.
Na mensagem titulada "Sepultados com Ele no batismo, foi também com Ele que ressuscitastes", o Papa se refere à íntima relação entre este sacramento, que apaga o pecado original e abre as portas à vida eterna, e o tempo de Quaresma.
"O fato que na maioria dos casos o Batismo se recebe quando somos crianças põe em evidência que se trata de um dom de Deus: ninguém é merecedor da vida eterna pelas próprias forças", indica o Pontífice.
Este sacramento "não é um rito do passado, mas o encontro com Cristo que informa toda a existência do batizado, doa-lhe a vida divina e chama-o a uma conversão sincera, iniciada e apoiada pela Graça, que o leve a alcançar a estatura adulta de Cristo".
"Um vínculo particular liga o Batismo com a Quaresma como momento favorável para experimentar a Graça que salva”. “De fato –prossegue o Papa- desde sempre a Igreja associa a Vigília Pascal à celebração do Batismo: neste Sacramento realiza-se aquele grande mistério pelo qual o homem morre para o pecado, é tornado partícipe da vida nova em Cristo Ressuscitado e recebe o mesmo Espírito de Deus que ressuscitou Jesus dos mortos".
"Este dom gratuito deve ser reavivado sempre em cada um de nós e a Quaresma oferece-nos um percurso análogo ao catecumenato, que para os cristãos da Igreja antiga, assim como também para os catecúmenos de hoje, é uma escola insubstituível de fé e de vida cristã: realmente eles vivem o Batismo como um ato decisivo para toda a sua existência".
O Papa passa recorda em seguida os Evangelhos dos domingos de Quaresma: a tentação de Cristo no deserto da qual sai vitorioso, a Transfiguração do Senhor que anuncia "a divinização do homem", o encontro com a samaritana que fala da sede de vida eterna do ser humano, o encontro com o cego de nascimento que descobre em Jesus a luz do mundo; até chegar à ressurreição do Lázaro.
"A fé na ressurreição dos mortos e a esperança da vida eterna abrem o nosso olhar para o sentido derradeiro da nossa existência: Deus criou o homem para a ressurreição e para a vida, e esta verdade doa a dimensão autêntica e definitiva à história dos homens, à sua existência pessoal e ao seu viver social, à cultura, à política, à economia", diz o Papa.
"Privado da luz da fé todo o universo acaba por se fechar num sepulcro sem futuro, sem esperança", acrescenta.
Com o Santo Tríduo Pascal, a Quaresma encontra seu cumprimento, "particularmente na Grande Vigília na Noite Santa: renovando as promessas batismais, reafirmamos que Cristo é o Senhor da nossa vida, daquela vida que Deus nos comunicou quando renascemos «da água e do Espírito Santo», e reconfirmamos o nosso firme compromisso em corresponder à ação da Graça para sermos seus discípulos".
Jejum, esmola e oração
"Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração, expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver de modo cada vez mais radical o amor de Cristo", afirma o Papa.
Com o jejum, "aprendemos a superar o egoísmo para viver na lógica da doação e do amor; suportando as privações de algumas coisas – e não só do supérfluo – aprendemos a desviar o olhar do nosso «eu», para descobrir Alguém ao nosso lado e reconhecer Deus nos rostos de tantos irmãos nossos. Para o cristão o jejum nada tem de intimista, mas abre em maior medida para Deus e para as necessidades dos homens, e faz com que o amor a Deus seja também amor ao próximo".
"No nosso caminho encontramo-nos perante a tentação do ter, da avidez do dinheiro, que insidia a primazia de Deus na nossa vida. A cupidez da posse provoca violência, prevaricação e morte: por isso a Igreja, especialmente no tempo quaresmal, convida à prática da esmola, ou seja, à capacidade de partilha".
"A idolatria dos bens, ao contrário, não só afasta do outro, mas despoja o homem, torna-o infeliz, engana-o, ilude-o sem realizar aquilo que promete, porque coloca as coisas materiais no lugar de Deus, única fonte da vida", prossegue o Pontífice e pergunta:
"Como compreender a bondade paterna de Deus se o coração está cheio de si e dos próprios projetos, com os quais nos iludimos de poder garantir o futuro?"
Bento XVI adverte logo que "tentação é a de pensar, como o rico da parábola: «Alma, tens muitos bens em depósito para muitos anos...». «Insensato! Nesta mesma noite, pedir-te-ão a tua alma...» (Lc 12, 19-20). A prática da esmola é um chamado à primazia de Deus e à atenção para com o próximo, para redescobrir o nosso Pai bom e receber a sua misericórdia".
Sobre a oração, o Papa assinala que "permite-nos também adquirir uma nova concepção do tempo: de fato, sem a perspectiva da eternidade e da transcendência ele cadencia simplesmente os nossos passos rumo a um horizonte que não tem futuro. Ao contrário, na oração encontramos tempo para Deus, para conhecer que «as suas palavras não passarão» (cf. Mc 13, 31), para entrar naquela comunhão íntima com Ele «que ninguém nos poderá tirar» (cf. Jo 16, 22) e que nos abre à esperança que não desilude, à vida eterna".
“Em síntese, o itinerário quaresmal, no qual somos convidados a contemplar o Mistério da Cruz, é «fazer-se conformes com a morte de Cristo» (Fl 3, 10), para realizar uma conversão profunda da nossa vida".
Finalmente o Santo Padre encomenda este tempo de conversão "à Virgem Maria, que gerou o Verbo de Deus na fé e na carne, para nos imergir como ela na morte e ressurreição do seu Filho Jesus e ter a vida eterna".
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